O Mosteiro de São Bento, uma das mais importantes construções históricas e religiosas do Brasil, localizado no Sítio Histórico de Olinda, no Grande Recife, passará por um processo de restauração. O anúncio foi feito nesta terça-feira (22), pela governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, que assinou as ordens de serviço para o início das obras. Com um investimento total de R$ 15,3 milhões, a iniciativa faz parte do Novo PAC Patrimônio Histórico e tem como objetivo preservar este monumento centenário que testemunhou séculos de transformações no Brasil.
Projeto de restauração e cronograma
A restauração será executada pela Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), com recursos repassados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O projeto contempla a recuperação de bens integrados ao monumento e a realização de obras civis para garantir a preservação do patrimônio.
De acordo com a governadora Raquel Lyra, as obras estão previstas para serem concluídas em 30 meses. No entanto, a igreja deverá ser reaberta para missas, casamentos e visitações em até 18 meses, uma vez que a primeira etapa do restauro será dedicada à área principal do mosteiro. A Fundarpe informou que a obra será dividida em duas partes: a primeira abrange a restauração artística do interior da igreja, com foco no altar-mor entalhado em ouro, um dos maiores tesouros do barroco brasileiro. Já a segunda etapa inclui a obra civil, que envolverá a estabilização estrutural, reparos na cobertura e a instalação de um sistema de prevenção e combate a incêndios.
A importância do Mosteiro de São Bento
Fundado entre 1597 e 1599, o Mosteiro de São Bento é um dos complexos religiosos mais antigos do Brasil e desempenhou papéis cruciais ao longo de sua história. Além de sua função religiosa, o mosteiro foi um centro de educação e formação de monges, e também teve importância estratégica durante a ocupação holandesa, sendo parcialmente destruído e reconstruído após a expulsão dos invasores.
Com arquitetura barroca de grande relevância, o mosteiro abriga o icônico altar-mor entalhado em ouro, reconhecido como uma das obras-primas do período colonial. No entanto, ao longo dos anos, o edifício foi sofrendo com problemas estruturais, infiltrações e a falta de manutenção, colocando em risco tanto a estrutura física quanto o acervo artístico.
Autoridades destacam o valor cultural da obra
Durante a cerimônia de assinatura das ordens de serviço, Renata Borba, presidente da Fundarpe, destacou a importância do restauro. “Estamos falando de um patrimônio inestimável do Brasil, uma joia do barroco que precisa ser preservada para as futuras gerações. As obras principais devem ser concluídas em 18 meses, mas o trabalho de restauração da sacristia e de outros espaços do mosteiro continuará ao longo dos 30 meses previstos”.
Para a governadora Raquel Lyra, essa restauração é um resgate histórico e cultural necessário: “Pernambuco tem uma identidade cultural rica e variada, e a preservação do Mosteiro de São Bento é essencial para manter viva nossa história. Não se trata apenas de restaurar um prédio, mas de valorizar o legado que ele representa para a cultura e para o povo pernambucano”, afirmou a governadora, ressaltando o impacto simbólico e turístico que o restauro trará para a região.
O arcebispo emérito de Olinda e Recife, Dom Antônio Fernando Saburido, também expressou sua emoção com o início das obras, afirmando que a restauração do mosteiro é um "presente de Deus" para Pernambuco. “Há uma década esperamos por este momento, e é emocionante ver que finalmente o Mosteiro de São Bento será restaurado. É uma vitória para todos que prezam por nossa história e cultura”.
Desafios e expectativas
As obras de restauração do Mosteiro de São Bento são vistas como um desafio técnico, dada a complexidade da arquitetura e a necessidade de preservar os elementos originais do monumento. O Iphan e a Fundarpe têm trabalhado em parceria para garantir que as intervenções respeitem a integridade histórica do edifício, ao mesmo tempo que atendam às normas modernas de segurança, como a instalação do sistema de prevenção a incêndios.
O impacto esperado é duplo: além de proteger um dos maiores patrimônios históricos de Pernambuco, a reabertura do Mosteiro de São Bento deverá aumentar o fluxo de turistas à cidade de Olinda, já conhecida por seu rico acervo cultural e artístico.
Conclusão
A restauração do Mosteiro de São Bento é uma ação histórica que visa preservar não apenas um monumento, mas também a memória e a identidade cultural de Pernambuco. O investimento de R$ 15,3 milhões trará vida nova a um dos mais importantes símbolos do barroco brasileiro, permitindo que as futuras gerações continuem a apreciar sua beleza e importância histórica. Com a conclusão prevista em até 30 meses, a expectativa é que a obra promova um novo ciclo de valorização do patrimônio e do turismo em Olinda, consolidando o local como um destino cultural imperdível no Brasil.
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