No mês dedicado à conscientização e combate ao abuso e explorado G1 traz à tona relatos de vítimas desse crime que assola o Rio de Janeiro, destacando as dificuldades enfrentadas para punir os agressores e fornecendo informações essenciais sobre como identificar sinais de abuso e fazer denúncias.
Em apenas um ano, o estado do Rio de Janeiro registrou quase 9 mil vítimas de estupro, conforme dados do Instituto de Segurança Pública (ISP) e do Disque 100. Esse número alarmante revela que, em média, pelo menos uma denúncia de violência sexual foi feita por hora em todo o estado.
Entre as 8.836 denúncias de abuso sexual registradas em 2023, 3.540 envolviam crianças de até 13 anos, o que corresponde a 40% do total de vítimas. É preocupante notar que o pico de violência sexual contra crianças ocorre na faixa etária de 11 a 13 anos, acentuando ainda mais a gravidade da situação.
Na semana que antecede o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes (18 de maio), o G1 apresenta uma série de reportagens especiais, que trazem à tona histórias de vítimas, seus traumas, medos e processos de superação.
O abuso de vulnerável já é considerado um problema de saúde pública no país, conforme a Unicef, porém, há uma relutância generalizada da sociedade em admitir e discutir abertamente essa temática sensível.
Um dos maiores obstáculos para enfrentar esse problema é a subnotificação dos casos, pois apenas 7 a cada 100 chegam ao conhecimento das autoridades, conforme dados da Unicef. Essa subnotificação é resultado de diversas barreiras, como a falta de compreensão por parte das crianças, ameaças feitas aos/as vítimas, e até mesmo a conivência de outros membros da família.
O Maio Laranja é uma campanha nacional de combate ao abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes, com o dia 18 de maio como data de mobilização e conscientização. A origem da campanha remonta ao trágico caso de Araceli Cabrera Sánchez Crespo, que aos 8 anos foi sequestrada, drogada, violentada e morta em Vitória, no Espírito Santo, em 18 de maio de 1973. Quase 20 anos após o crime, os réus foram absolvidos, deixando a impunidade como uma marca indelével dessa tragédia.
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