Alta no número de eleitores faltantes preocupa Justiça Eleitoral
A abstenção no segundo turno das eleições municipais de 2024 chegou a 29% na média nacional, de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O índice representa um aumento em relação ao primeiro turno, que registrou 21% de eleitores ausentes, e acendeu um alerta na Justiça Eleitoral sobre a queda na participação popular. Em São Paulo, o cenário foi ainda mais grave: 31% dos eleitores deixaram de votar na disputa final pela prefeitura.
Preocupação e análise da Justiça Eleitoral
A presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia, expressou preocupação com o crescimento da abstenção e destacou que a Corte fará uma análise detalhada sobre as razões por trás do fenômeno. "Amanhã começamos a consolidar os relatórios dos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs). Precisamos entender o que aconteceu para que as eleições de 2026 ocorram no mesmo clima de tranquilidade, quase em uma monotonia democrática", afirmou.
Entre os pontos que o TSE pretende investigar estão as diferenças de participação por gênero, região e condições meteorológicas. Cármen Lúcia destacou que, no Norte do país, a estiagem pode ter prejudicado o deslocamento dos eleitores. "Trabalhamos para minimizar esses riscos, mas precisamos entender o impacto real desses fatores", explicou.
Ocorrências e segurança do pleito
Durante a votação, o TSE monitorou a situação de segurança em parceria com outras instituições. No Centro Integrado de Comando e Controle Nacional (CICCN), coordenado pelo Ministério da Justiça, foram acompanhadas as votações nas 51 cidades que tiveram segundo turno. A ministra Cármen Lúcia visitou a unidade ao lado do ministro Edson Fachin, do STF, onde se encontrou com representantes da Polícia Federal (PF), da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e das Polícias Militares.
A Polícia Federal informou que 33 pessoas foram presas por crimes eleitorais durante o segundo turno, com seis ocorrências registradas no Rio de Janeiro. As principais infrações envolveram propaganda irregular e compra de votos. Ao longo das eleições de 2024, foram apreendidos bens e valores que somam R$ 54,9 milhões, sendo R$ 24,1 milhões em espécie.
Baixa participação e desafios futuros
A alta abstenção nas eleições de 2024 mantém uma tendência observada em pleitos anteriores. Em 2020, o índice de faltosos no segundo turno foi de 31%, próximo ao número registrado agora. A baixa adesão tem se tornado uma preocupação crescente para a Justiça Eleitoral, que busca medidas para incentivar a participação popular e reduzir o desinteresse do eleitorado.
Com o foco voltado para 2026, o TSE espera que a análise dos dados desta eleição ajude a identificar padrões que possam orientar campanhas educativas e melhorar a logística do pleito. "Precisamos entender quem e onde deixamos de alcançar o eleitor. Nosso objetivo é garantir que todos se sintam parte do processo democrático", concluiu Cármen Lúcia.
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